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  • edulacava La Cava

O Nascimento do áudio dentro do vídeo

Atualizado: 2 de jun.


O Nascimento do áudio dentro do vídeo

Lasca Sound

Durante as apresentações de filmes mudos nos pequenos teatros nos idos da década de 20 do século passado, os bastidores tecnológicos da época mostravam uma movimentação em busca do que faltava, o SOM, a sonoridade dentro da imagem faria a diferença mesmo que muitos não concordassem, o som era a continuidade da narrativa. A tecnologia da época tentava de qualquer maneira dar uma sonoridade nas salas, com pianistas tocando ao vivo durante as apresentações, mas ainda não era o que os engenheiros estavam procurando. Nos laboratórios eram feitas descobertas e inovações de como o som seria gravado e reproduzido em sincronismo com a imagem. O sistema Dickson -l Sound Film -, era um promissor da época.

Dickson produziu, entre 1894 e 1895, o primeiro filme com áudio registrado ao vivo, com menos de meio minuto de duração, gravado no estúdio cinematográfico Black Maria do renomado pesquisador e inventor Thomas Edison. O filme mostra Dickson tocando um trecho da ópera Les Cloches de Corneville, "boca do trombone", com seu violino, na frente de um enorme cone metálico com cerca de meio metro de abertura, fazendo o papel de microfone para o registro em um fonógrafo criado por Edison anos antes. A seu lado dois homens dançavam ao som da música, sim, bem rudimentar, mas assim nascia o primeiro registro sonoro no audiovisual.

Dickson – Sound Film


Os maiores obstáculos eram, no entanto, entre outros, problemas de sincronização. Em uma época ainda décadas distante de qualquer meio eletrônico de controle de tempo e velocidade, após determinado tempo fatalmente imagem e som estavam (muito) defasados. Havia também o problema do cone: os sons que podiam ser registrados eram os que podiam ser reproduzidos na frente do enorme dispositivo, ou seja, limitando severamente as possibilidades de som para um determinado filme. E, por último, não havia ainda os amplificadores, trazidos pela eletrônica juntamente com os tweeters, sub-woofers e toda tecnologia que nos faz viajar embarcando nos filmes com os home-theaters.


A tecnologia então demorou alguns anos até o som ter sua primeira exibição pública de um filme sonoro, foi somente na década de 20 que se tornaram populares os filmes com diálogos sincronizados 1927 o cantor de JAZZ. Nessa época viu-se também, ao mesmo tempo, surgirem as primeiras tentativas de sincronização efetiva de áudio e imagem, uma vez que as tentativas de sincronizar aparelhos distintos (reprodutor de áudio e projetor) de forma mecânica nunca tiveram sucesso absoluto. A ideia era colocar o áudio no mesmo suporte da imagem, ou seja, dentro da própria película exibida no projetor, ao lado das perfurações de tração da película. Nascia então o som óptico.


SOM na PELÍCULA - ÓTICO


É possível compreender seu funcionamento se imaginarmos os trechos de representação gráfica do áudio em programas de edição, com suas rápidas ondulações formando um traçado (trilha) que lembra um pouco o do conhecido eletrocardiograma.

Na projeção uma lâmpada iluminava essa trilha tortuosa e do outro lado um sensor registrava a variação luminosa, enviando então um sinal elétrico para ser amplificado e levado aos alto-falantes - surgiam assim melhorias na reprodução do áudio nos cinemas. O áudio registrado diretamente na película levou a uma modificação no frame rate até então utilizado nos projetores. O cinema da época era projetado a 16 ou 18 quadros por segundo. No entanto, nessa cadência a qualidade sonora reproduzida pelas faixas luminosas ali gravadas era muito ruim. Foi preciso aumentar a velocidade para melhorar a qualidade da reprodução, aumentando ligeiramente a cadência de 18 para 24 quadros desapareciam os problemas da reprodução sonora. A equação foi fechada padronizando-se a cadência de imagens no cinema em 24qps (quadros por segundo).


As décadas seguintes viriam surgir uma enorme quantidade de sistemas; nomes como Kinetophone, Tri-Ergon, Movietone, Photokinema, Vitaphone entre outros. Surgiam ainda associações entre empresas criando novos sistemas ano a ano, nada muito diferente do mundo de hoje, onde em cada feira da indústria (NAB, IBC, CEATEC) traz um novo formato de vídeo: câmeras digitais, gravação em cartões de memória, disputas de padrões e CODEC’s cada vez mais robustos e com qualidades infinitas HD, UHD, 2K 4K, 8K...

Enquanto o mundo se encantava com Fantasound (sistema estereofônico de reprodução de som desenvolvido por engenheiros dos estúdios da Walt Disney e da RCA para o filme de fantasia da Walt Disney , Fantasia , o primeiro filme comercial lançado em estéreo.) encantava as plateias da década de 40, o Cinerama (um processo widescreen que originalmente projetava imagens simultaneamente de três projetores sincronizados de 35 mm em uma tela enorme e profundamente curvada) e o Cinemascope (uma série de lentes anamórficas usada, de 1953 a 1967 ) traziam o som magnético nas décadas seguintes, em forma de estreita fita aderida nas bordas da película.

O som óptico no entanto retornaria com o Dolby Stereo na década de 70, convivendo a seguir com o magnético (Dolby Surround) e novamente sucedido pelo sistema óptico na década de 80 com o Dolby Stereo SR, Dolby Digital e DTS até os dias de hoje com o Dolby ATMOS.

Na década de 80, o vídeo viu-se livre de todos esses problemas envolvendo o registro do áudio desde o seu início, uma vez que sua mídia já era a própria fita magnética em outro suporte (NAGRA ou DAT – Digital Audio Tape), Hoje em dia gravando-se em equipamentos de memória em estado sólido, os gravadores tem recursos enormes, podendo gravar desde 2 canais de áudio até seus 16 canais de áudio num equipamento portátil de pequeno tamanho além de serem inseridos comentários, observações (metadados) de cada take gravado além dos nomes das pistas e o TIMECODE em cada arquivo de áudio, auxiliando o sincronismo de áudio e imagem na pós-produção.


Os aparelhos de celular hoje estão fazendo um "frenesie" durante a PANDEMIA do Novo Corona vírus, tornando-se em vários projetos de audiovisual soluções fáceis de captação de som e imagens para veículos profissionais, estabelecendo um novo conceito entre equipamentos para consumo e equipamentos profissionais..



Mas o casamento som&imagem continuou rendendo frutos, ou melhor, "filhos" : o áudio "cresceu" e especializou-se, deixando o som mono e até mesmo o estéreo para trás. Surge a distribuição espacial do som, o surround. No início, atrativo exclusivo de filmes repletos de efeitos sonoros, levando milhares de pessoas às plateias para conferir terremotos, naves espaciais, sons de guerra e todo tipo de efeito executado em sistemas como Dolby Surround, Dolby Digital Surround ou DTS encantavam plateias com o mesmo entusiasmo da época do Vitaphone(foi o último grande sistema analógico de som em disco e o único amplamente divulgado. usado e comercialmente bem-sucedido).

Posteriormente, com o surgimento dos home theaters, a exclusividade foi trazida para o sofá da sala ao mesmo tempo em que a pipoca migrou das máquinas pipoqueiras para o forno de microondas. A queda de preço nos projetores e sistemas de áudio domésticos trouxeram a proliferação dos micro-cinemas domésticos, até o lançamento do sistema Dolby ATMOS que novamente trouxe o público para as telonas dando uma imersão total ao espectador numa dimensionalidade de 360*, deixando ser ser apenas um som 5.1 plano, para um som em todos os planos nos eixos X, Y, Z. no famoso formato 5.1.4 podendo chegar a 5.1.128, esse 128 são caixas espalhadas pelo teto das salas de projeção dando a espacialidade e definição exata de cada som específico durante o filme.



A transmissão digital de filmes em salas de cinema ainda é uma busca devido a corrida pela alta resolução cada vez maior, exigida pela indústria do cinema e requerida pela Associação de Cinema Digital (DCS), mas a presença de novos servidores nas salas de multiplex espalhadas pelo mundo, facilitou todo o trabalho e logística da distribuição dos filmes e a capacidade da tecnologia em colher informações reais e na hora da exibição, deram aos grandes estúdios a noção exata de quantos expectadores assistem cada secção em cada sala de exibição espalhados pelo mundo, aonde o agora FILME não está mais em uma lata mas dentro de um Hard-Drive em formato de arquivo (DCP - é uma coleção de arquivos digitais usados ​​para armazenar e transmitir fluxos de áudio, imagem e dados de cinema digital).

A captação de filmes em formato digital superou a captação tradicional em película em meados dos anos 2010, mas foi só em meados de 2014 que a exibição digital estará dominando todas as salas no Brasil.

Esse foi um pequeno trecho da história do audiovisual, igual a tantas outras mostrando a incrível trajetória da tecnologia dentro de algo que nos parece tão simples como o SOM.


 

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